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Florindo Wistuba Junior e suas histórias sobre a Ilha dos Valadares

Na tarde de quarta-feira (31), enquanto descansava na Praça Cyro Abalém, na Ilha dos Valadares, em Paranaguá, antes de seguir seu trajeto diário pela Passarela Antônio José Sant'anna Lobo Neto, deparei-me com a figura ilustre do professor Florindo Wistuba Junior. Reconhecido por seu vasto conhecimento sobre a história local e suas figuras emblemáticas, Wistuba estava acompanhado de uma sacola de livros, destinada a futuros leitores da comunidade insuana. 

Com uma trajetória como professor, comunicador e repórter, Florindo Wistuba é uma presença familiar e respeitada na Ilha dos Valadares. Em uma conversa breve, ele relembrou momentos de sua infância e adolescência, uma época em que a ilha era acessível apenas por barco a motor ou bateira. "Convivi muito no tempo de menino, atravessando de bateira e indo tomar banho no mar de lá. Depois, como adolescente, ia namorar e participar de alguns bailinhos", comentou com nostalgia.

O professor relatou que, nos tempos passados, os moradores dependiam exclusivamente da passarela para se deslocarem, sem a possibilidade de usar automóveis. "Quase sempre voltava corrido, pois num determinado momento não tinha mais barco da prefeitura que fazia aquele serviço e vínhamos nadando, com a roupa dobrada na cabeça e amarrada com o nosso próprio cinto", acrescentou, com um sorriso, lembrando das aventuras.

Para Wistuba, a passarela é um elemento essencial para a comunidade, mas ele alerta para a necessidade de uma infraestrutura mais robusta. "A passarela é fundamental, pois poucos possuem carros. O mais importante é a estrutura que se deve ter", enfatizou, destacando a importância de ruas pavimentadas, serviços de saúde, segurança, educação e áreas de lazer.

Quando questionado sobre a possibilidade de construção de uma ponte para a ilha, o professor expressou sua preocupação com as prioridades da administração pública. "Não que não seja necessário ter uma ponte, mas como os poderes públicos passam por problemas, considero mais importante cuidar da saúde, da segurança, da educação e do lazer", ponderou.

Wistuba também comentou as mudanças que a ilha enfrentou com o crescimento populacional, ressaltando os impactos na segurança. "Há muita diferença sim. Antigamente a Ilha era mais calma, mais tranquila, sem criminalidade. O crescimento populacional trouxe sérios problemas de segurança que precisa de ações sérias e rápidas dos poderes públicos", alertou.

Entre suas sugestões para o futuro da comunidade, o professor destacou a necessidade de expansão da infraestrutura educacional. "Mais uma escola da rede estadual seria muito interessante, quem sabe lá naquele complexo de natação, seria muito importante", sugeriu.

Através de suas palavras, Florindo Wistuba Junior oferece uma perspectiva valiosa sobre a história e os desafios da Ilha dos Valadares, sublinhando a importância de preservar sua identidade e investir no bem-estar de seus habitantes.

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Texto e foto: Edye Venancio